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Carta de Princípios

A Carta de Princípios do Projeto Universitários Vão à Escola é um documento que fundamenta, embasa e direciona toda a atividade uveana. Aqui estão elencados nossos princípios, nossos objetivos gerais com o projeto, nossos objetivos específicos com nossas atividades e nossa metodologia para desenvolver e atingir tudo isso.

 

Princípios

 

1.   Não há conhecimento neutro; o processo de construção do saber é sempre mediatizado pelo mundo, e requer a compreensão de seu próprio contexto para contribuir para a emancipação dos sujeitos-que-conhecem.

2.   Toda prática pedagógica é intrinsecamente política, porque não há produção de conhecimento sem intencionalidade. Conscientemente ou não, o conhecer se relaciona à realidade, seja contribuindo para a sua manutenção ou para sua transformação.

3.   A construção do conhecimento é um processo coletivo, em que o educador-educando e o educando-educador aprendem e ensinam simultaneamente, na medida em que compartilham experiências e saberes distintos.

4.   O processo educacional não serve para dar utilidade às pessoas, mas sim para construir conhecimentos úteis em diferentes contextos, valorizando as diversas formas de saber e as distintas subjetividades envolvidas.

5.   O processo cognitivo não se dá apenas na mente, se relaciona sempre ao corpo, aos sentidos, às sensibilidades, às motivações, às emoções. A educação baseada no adestramento dos corpos produz subjetividades adestradas.

6.   O compromisso com a prática educacional transformadora se fundamenta no amor enquanto postura diante do outro. A afetividade estreita vínculos de respeito e consideração e permite o reconhecimento dos sujeitos envolvidos enquanto seres humanos integrais, igualmente capazes de participar da construção do conhecimento.

7.      O processo educacional deve se relacionar com prazer, em relação ao gosto por aprender e pela descoberta, que é motivada, em grande medida, pela curiosidade. Esse prazer está ligado tanto a sensações mentais como corporais, assim como é fortalecido pelas relações afetivas interpessoais, além daquela que vincula o sujeito ao saber.

8.      A pesquisa acadêmica deve primar sempre pela preocupação com a realidade com que lidamos, evitando ao máximo enxertos teóricos que pouco se adéquam a ela.

9.   Crianças e adolescentes são sujeitos de direitos, e não seres relativos, subsidiários ou subordinados aos adultos.

10.   A extensão, em si, inter-relaciona o tripé constitucional de pesquisa, ensino e extensão no ensino superior brasileiro. A UVE preza pela valorização das três modalidades de maneira uníssona e sem hierarquias, e isso se reflete no modo em que as ações do projeto e sua metodologia são pensados.

11.   As crianças trazem consigo curiosidade e interesse pela transformação, com uma visão inusitada da realidade, proporcionando um trabalho produtivo e estimulante.

12.   Crianças e adolescentes devem ter uma vivência comunitária e familiar saudável.13.   Toda criança tem o direito de expressar suas opiniões livremente sobre todos os assuntos que lhe dizem respeito.

 

Objetivos Gerais

 

1.   O fomento dialógico do protagonismo dos participantes - crianças e universitários –, a partir do reconhecimento de si mesmos como sujeitos possuidores de história própria e individual, ao mesmo tempo em que se reconhecem parte de sua comunidade e da sociedade.

2.   O desenvolvimento com os participantes da autonomia e da cidadania, entendidas como uma participação ativa e questionadora em sua realidade social.

3.   O estabelecimento de uma relação de alteridade entre os universitários e a população da região de Itapoã.

4.   A promoção da experiência universitária e formação profissional mais completas, por meio da junção entre ensino, pesquisa e extensão, com reflexos dessa ação na própria comunidade de Itapoã.

5.   Transformação positiva não só do sistema educacional vigente, mas do sistema social como um todo, a partir de sua base e estrutura, utilizando-nos de um pensamento e de uma prática críticas e propositivas, além de incluir a participação de todos os sujeitos envolvidos nesse processo.

6.   Promover a integração do conhecimento formal com o conhecimento popular, tendo consciência de sua inserção num contexto sócio-histórico.

7.   Valorização do ensino como prática coletiva de produção de conhecimento, em qualquer instância e em qualquer contexto social.

8.   Conscientização da importância não só do conhecimento, mas dos processos de aprendizagem que garantem um desenvolvimento de seus sujeitos. Transformação desses processos, para que eles não sejam algo imposto, mas algo desejado, seja devido à curiosidade, ao desejo pelo saber – e sua conexão com a vida –, seja pelo desafio e pela diversão em aprender.

9.   Propiciar um ambiente com condições para que os sujeitos tenham consciência de que podem ser o que quiserem, ou seja, que eles saibam que sua realidade não é limitadora.

10.   O incentivo à consciência do papel político de cada indivíduo em seu ambiente e do compromisso com a prática educacional transformadora – que não se resume a determinado espaço, seja dentro ou fora da escola –, fundamentada no amor enquanto postura em relação ao outro, ou seja, um afeto que se relaciona com o desejo de emancipação.

 

Objetivos específicos

 

11.   Estimular nas crianças e adolescentes da UVE:

a.      O prazer na compreensão, criação e interpretação.

b.      O interesse na busca por novos conhecimentos; a curiosidade não matou o gato.

c.      A pesquisa, tanto em livros, quanto na internet, para que o jovem seja capaz de buscar informações de forma autônoma.

d.      A resolução de conflitos de forma pacífica.

e.      A percepção da aplicação real de alguns conteúdos do ensino formal, que muitas vezes não é percebida pelo método com que os conteúdos são comumente transmitidos, através de memorização ou outros sistemas tradicionais.

f.       O questionamento e a discussão, ao invés da passividade do “aluno depositório de informações”.

g.      O trabalho em grupo, com divisões de tarefas e responsabilidades de forma justa e equilibrada, além do convívio em que um esteja disposto a ensinar e auxiliar o outro, promovendo troca de conhecimentos e habilidades, baseado na solidariedade.

h.      O respeito ao próximo e às diferenças, visando a empatia, a alteridade e a solidariedade.

i.       O engajamento político, com cidadãos questionadores e que não aceitem passivamente a ordem vigente.

j.       Consciência de que todo pensamento, conhecimento ou ação tem uma intencionalidade.

k.      O engajamento na luta contra opressões por discriminação de: classe, nível de escolaridade, profissão, etnia, condição física e mental, gênero, orientação sexual, religião ou qualquer outra característica.

l.       A noção de que a Universidade não deve ser inatingível, reduto de uns poucos privilegiados, mas espaço livre e aberto onde todos têm o direito de estudar;

m.    A ideia de que não há hierarquia entre saber popular e acadêmico;

12.   No âmbito universitário:

a.      Formar profissionais mais humanos e mais sensíveis à realidade social que a(o)s rodeia, desenvolvendo, além da formação como estudante, a formação como cidadã(o) crítica(o) e reflexiva(o), conhecedor(a) da realidade brasileira e do momento em que está inserida(o).

b.      Conectar e aplicar, sempre que possível, o conhecimento à realidade.

c.      Fortalecer a extensão universitária, possibilitando a ela um reconhecimento equivalente ao destinado ao ensino e à pesquisa.d.      Estimular a parceria entre os projetos de extensão universitária da UnB e do Brasil.

e.      Produzir e publicar artigos.

f.       Estimular, como constante em suas ações, a pesquisa acadêmica.

g.      Assegurar o cumprimento do tripé institucional de pesquisa, ensino e extensão.

h.      Lutar para que a UnB reconheça como extensão o mesmo conceito que entendemos a partir do termo, ou seja, extensão popular.

i.       Desenvolver o protagonismo discente.

j.       Debater textos que enriqueçam nossas ações e que estejam alinhados com nossos referenciais teóricos.

k.      Prezar pela variedade de cursos a que pertencem os universitários, proporcionando o intercâmbio entre as diferentes formações.

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